RIQUEZA E SUCESSO: EXPLORANDO UM TÓPICO DELICADO

Como podemos definir verdadeiramente a riqueza e o sucesso em nossas vidas? Será que a busca incessante por esses objetivos nos traz felicidade genuína? Vamos explorar a complexidade desse tema delicado e suas diferentes perspectivas.

Introdução

O desejo humano por acumular riqueza é uma questão fascinante que tem sido objeto de muitos estudos. Um recente estudo da Universidade de Bath desafiou a ideia de que as pessoas buscam uma quantidade ilimitada de riqueza, descobrindo que a maioria tem objetivos financeiros bastante moderados para alcançar suas vidas ideais. Essa descoberta levanta questões sobre a conexão entre dinheiro, felicidade e bem-estar, áreas que têm sido amplamente discutidas e pesquisadas, mas que ainda apresentam resultados variados e desafios na definição de sucesso.

NINGUÉM QUER SER BILIONÁRIO?

Um novo estudo publicado na Nature Sustainability por pesquisadores da Universidade de Bath, no Reino Unido, mirou na crença de que os seres humanos, de forma geral, continuarão tentando se tornar cada vez mais ricos.

Para verificar se essa noção era verdadeira, a equipe conduziu um estudo com quase 8.000 pessoas de 33 países diferentes em seis continentes, perguntando a cada participante quanto dinheiro precisariam para ter uma “vida absolutamente ideal”.

Quando os resultados chegaram, descobriram que a maioria das pessoas tinha respostas bastante razoáveis e que muito poucas queriam um suprimento aparentemente infinito de dinheiro. Na maioria dos países (86 por cento), as pessoas afirmaram que precisariam de cerca de US$ 10 milhões para alcançar suas vidas ideais. Em alguns outros países, esse valor caiu ainda mais, para cerca de US$ 1 milhão.

A equipe diz que, embora pareça muito dinheiro, as somas refletem toda a riqueza de uma vida inteira. “Expresso de outra forma, a riqueza da pessoa mais rica do mundo, com mais de US$ 200 bilhões, é suficiente para mais de duzentas mil pessoas alcançarem suas vidas absolutamente ideais”, escreve a equipe.

Eles continuam dizendo que as pessoas que queriam mais dinheiro eram geralmente jovens que vivem na cidade e indivíduos de países onde a desigualdade econômica era mais aceita.

DESEJOS ILIMITADOS E SUSTENTABILIDADE

Uma das coisas mais interessantes sobre o estudo é que ele foi conduzido como uma forma de desafiar a ideia de desejos ilimitados e como isso impacta as mudanças climáticas.

A equipe concluiu que os desejos ilimitados são prováveis devido à aceitação da noção real de desejos ilimitados, o que coloca uma pressão falsa sobre as pessoas para consumir mais, mesmo que não queiram.

Compreender que isso não é verdade abre espaço para as pessoas tomarem decisões econômicas e votarem em políticas que podem impactar a acumulação de riqueza pessoal.

“A ideologia dos desejos ilimitados, quando retratada como natureza humana, pode criar pressão social para que as pessoas comprem mais do que realmente desejam”, disse o pesquisador principal, Paul Bain, do Departamento de Psicologia da Universidade de Bath.

“Descobrir que a maioria das vidas ideais das pessoas é realmente bastante moderada pode tornar socialmente mais fácil para as pessoas se comportarem de maneiras que estejam mais alinhadas com o que as faz genuinamente felizes e apoiar políticas mais fortes para ajudar a proteger o planeta.”

DINHEIRO, FELICIDADE, BEM-ESTAR

Embora não estivesse no escopo do novo estudo, as descobertas levantam algumas questões interessantes sobre a conexão entre riqueza, felicidade e sucesso.

E embora esses tópicos pareçam ter associações facilmente feitas, pesquisas e sabedoria tradicional vão e vêm sobre como eles se intersectam.

Por exemplo, um estudo muito popular de 2010 descobriu que o dinheiro não parece aumentar o bem-estar diário depois que alguém ganha US$ 75.000 por ano.

O estudo afirmou que o dinheiro de fato teve um impacto na forma como as pessoas viam suas vidas, mas que o bem-estar emocional aumentava com a renda, mas apenas até um salário anual de US$ 75.000,” relata a Forbes.

Em 2021, um estudo diferente veio para potencialmente refutar o de 2010. Liderado por Matthew Killingsworth, pesquisador sênior da Wharton School da Universidade da Pensilvânia, o estudo usou um aplicativo para rastrear os níveis de felicidade. Killingsworth comparou os níveis de felicidade relatados com os níveis de renda e encontrou uma conexão bastante sólida entre mais de 33.000 participantes.

O estudo concluiu que o bem-estar diário continua a melhorar drasticamente mesmo depois que uma pessoa ganha um salário anual de US$ 80.000 sem diminuir como o estudo de 2010 sugeriu. Ambos os estudos também relacionam o bem-estar com a felicidade geral.

Então, o que tudo isso significa? O dinheiro equivale à felicidade? E o sucesso e a riqueza?

Embora os estudos ainda estejam desvendando o impacto que o dinheiro tem sobre a felicidade, o sucesso é ainda mais difícil de definir. Criar um critério claro e científico para o sucesso parece ser um desafio para pesquisadores e pensadores líderes.

“Uma medida de sucesso é um padrão pelo qual uma pessoa ou entidade avalia se alcançou ou não seus objetivos”, escreve a Masterclass em um artigo com o autor best-seller do New York Times, Daniel Pink. “Não há uma única medida verdadeira de sucesso, e pessoas bem-sucedidas usam uma variedade de referências para avaliar suas realizações pessoais e profissionais.”

Isso se deve em grande parte ao fato de que definir o sucesso é um empreendimento muito pessoal. Mesmo estudos acadêmicos que investigam as percepções de sucesso mostram o quanto o termo é um alvo móvel.

Em um estudo publicado na National Library of Medicine, os pesquisadores pretendiam examinar o que o sucesso significava para os estudantes de medicina. Eles iniciam seu estudo afirmando:

“O sucesso é um conceito em constante mudança e tem incontáveis profundidades de percepções, noções, compreensões e definições. A maneira e a luz na qual alguém vê, interpreta e define o sucesso, mostram as verdadeiras crenças e fundamentos individuais, bem como fornecem insights sobre como esse indivíduo percebe o mundo.”

Na NSLS, concordamos com esses sentimentos. Para alguns, o sucesso pode ser sobre a pilha de dinheiro que acumularam, mas isso porque a riqueza era seu objetivo final.

Outra razão pela qual dinheiro e sucesso estão tão fortemente ligados pode vir da ideia de que desejos ilimitados são um fato econômico verdadeiro, como sugerido pelo estudo mais recente.

Em resumo, pessoas bem-sucedidas alcançam objetivos. Esses objetivos podem ser qualquer coisa que elas se proponham a fazer, o que é um pensamento libertador que permite que as pessoas encontrem sucesso em tudo o que desejam realizar. Como uma pessoa mede o sucesso depende de suas motivações internas.

Conclusão

Em um mundo onde a busca pela riqueza é muitas vezes vista como um sinal de sucesso, o estudo da Universidade de Bath oferece uma perspectiva interessante. Ele sugere que as pessoas não desejam riqueza ilimitada, mas sim o suficiente para alcançar suas vidas ideais. Isso levanta questões sobre como medimos o sucesso e se o dinheiro realmente leva à felicidade. A definição de sucesso é, afinal, altamente pessoal e pode variar significativamente de pessoa para pessoa, refletindo suas motivações internas e valores individuais.

Com conteúdo nsls.org

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