SUS JÁ REALIZOU MAIS DE 24 MIL SESSÕES DE CONSTELAÇÃO FAMILIAR NO PAÍS

O SUS já realizou mais de 24 mil sessões de Constelação Familiar no país, evidenciando o crescimento da demanda por terapias complementares. Como essa abordagem terapêutica tem sido incorporada às políticas de saúde pública e qual seu impacto na qualidade de vida dos beneficiários do SUS?

Introdução

O presente texto aborda a crescente popularidade da Constelação Familiar no Brasil, evidenciada por mais de 24 mil encontros promovidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2018. Desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, a Constelação Familiar é uma abordagem terapêutica que visa identificar e resolver padrões repetitivos de comportamento e crenças nas dinâmicas familiares. No entanto, sua aceitação e reconhecimento oficial no país têm gerado debates no meio acadêmico e profissional.

No fim deste artigo você encontrará informações relevantes sobre as dinâmicas inconscientes que as Constelações Familiares tão claramente mostram, em especial sobre essa máxima “SUS JÁ REALIZOU MAIS DE 24 MIL SESSÕES DE CONSTELAÇÃO FAMILIAR NO PAÍS”.

Estudo feito pelo SUS

Um estudo da Agência Pública mostrou que, desde 2018, o SUS no Brasil promoveu mais de 24,2 mil encontros desse tipo. Os estados que lideram são Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Bahia, respectivamente. Em termos populacionais, o Rio Grande do Norte destaca-se.

A constelação familiar é um método alternativo voltado para resolver desentendimentos no âmbito familiar. Frequentemente, ela organiza atividades em grupo que representam situações e eventos que podem se conectar com antepassados de gerações passadas.

As cidades que mais organizam esses encontros são Tomazina (PR), Laguna (SC), Itumbiara (GO) e Rodolfo Fernandes (RN). Rodolfo Fernandes é a cidade que mais realiza constelações proporcionalmente à sua população. Entre as 10 cidades que mais realizam constelações per capita, nove possuem menos de 5 mil moradores, segundo o censo de 2022 do IBGE – exceto Tomazina, que conta com um pouco mais de 8 mil habitantes.

2022 foi o ano com maior registro de constelações, tendo mais de 9,8 mil encontros pelo país. Essas informações vêm do Sistema de Informação de Saúde da Atenção Básica (PHISAB).

O uso das constelações é endossado pela Ordem 702 do Departamento de Saúde de 2018. Porém, tanto o ensino quanto a prática da constelação não são oficialmente reconhecidos no Brasil. O Ministério da Saúde sugere que os profissionais que desejam trabalhar com isso consultem o respectivo Conselho de Classe Profissional.

O Conselho de Psicologia produziu uma nota técnica sobre o tema. No documento, argumenta-se que a abordagem da constelação é incompatível com os princípios éticos, científicos e epistemológicos da psicologia. A Associação Brasileira de Constelações (ABC) respondeu defendendo o método e argumentando que a validação científica de novas abordagens geralmente ocorre posteriormente.

Houve um aumento no interesse pelas constelações nas universidades federais. Ainda que essa técnica tenha surgido em algumas universidades federais, sua presença ainda é pontual. Exemplos incluem atividades na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) relacionadas ao “Direito Sistêmico”, que aplica constelações ao campo jurídico. Das 68 universidades federais, 10 confirmaram a realização ou proposta de atividades relacionadas à constelação.

Na medicina, a técnica tem ganhado destaque nos projetos de expansão das universidades federais, como no projeto UFSC Amanhecer, que foi ampliado em 2004 para incluir terapias alternativas para a comunidade acadêmica.

A constelação familiar tem ganhado notoriedade no Brasil, com o SUS promovendo mais de 24 mil encontros do tipo desde 2018. Apesar de sua crescente popularidade em estados e municípios, o método ainda não é oficialmente reconhecido em todo o país, gerando debates no meio acadêmico e profissional. Instituições como o Conselho de Psicologia questionam a validade e ética da prática, enquanto entidades como a Associação Brasileira de Constelações defendem seu valor. O interesse pelas constelações também tem se refletido no meio acadêmico, com universidades federais incorporando a técnica em suas atividades, ainda que de forma pontual. No entanto, ainda há muito a se discutir sobre a eficácia e aplicabilidade da constelação familiar no contexto brasileiro, bem como sobre sua regulamentação profissional.

O que é constelação familiar?

A constelação familiar é uma abordagem terapêutica desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger. Esta técnica procura identificar padrões repetitivos de comportamento e crenças que são passados de geração em geração e que podem estar influenciando a vida atual do indivíduo de forma negativa.

O método se baseia na ideia de que existem “ordens do amor” nas famílias, e quando estas ordens são violadas (por exemplo, devido a segredos, exclusões, infortúnios, etc.), podem surgir emaranhados familiares que afetam gerações subsequentes. Durante uma sessão de constelação, representantes são escolhidos para membros da família do cliente e são posicionados no espaço de acordo com a percepção interna do cliente. Ao observar as interações e posições relativas desses representantes, insights e resoluções podem surgir, permitindo que o cliente reconheça e libere os padrões problemáticos.

A constelação familiar pode ser realizada em grupos ou individualmente, e tem sido utilizada para abordar uma variedade de questões, desde problemas de relacionamento e doenças até questões financeiras e profissionais. Contudo, é uma técnica que gera debates, com críticos questionando sua eficácia e validade científica, enquanto outros defendem os benefícios e insights profundos que podem ser obtidos através das sessões.

Conclusão

A constelação familiar tem adquirido crescente notoriedade no Brasil desde 2018, com mais de 24 mil encontros sendo promovidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esta abordagem terapêutica, criada pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, visa identificar e resolver padrões repetitivos de comportamento e crenças que se manifestam nas famílias e podem afetar negativamente as vidas dos indivíduos. Embora a técnica tenha ganhado popularidade em vários estados e municípios, sua aceitação e reconhecimento oficial ainda é tema de debate no país.

Por um lado, existe um interesse visível por parte das universidades federais, com algumas delas introduzindo a técnica em suas atividades. Por outro, instituições como o Conselho de Psicologia questionam a ética, a validade científica e os princípios epistemológicos da constelação familiar. Em resposta, organizações como a Associação Brasileira de Constelações defendem o valor e a eficácia do método, argumentando que a validação de novas abordagens muitas vezes ocorre mais tarde.

Ainda que o SUS tenha endossado o uso das constelações através da Ordem 702 do Departamento de Saúde de 2018, o ensino e a prática da constelação não são oficialmente reconhecidos no Brasil, e os profissionais interessados são orientados a consultar seus respectivos Conselhos de Classe Profissional.

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